quarta-feira, 16 de junho de 2010

POST #1



Olá senhoras e senhores. Passei aqui para deixar meu primeiro post no blog. Durante minha formação tive contato com projetos universitários de carros de competição, com os quais conquistei boa informação técnica que pretendo transmitir em parte aqui durante a análise de veículos. Ou seja, tenho o objetivo de fazer uma avaliação tecnicamente crítica como sugere o perfil do blog. Contudo vou me restringir às partes mecânicas, deixando itens como conforto e opcionais “afrescurados” para outros sites mais específicos! Não vou prometer grande fluxo de posts, uma vez que pretendo escrever análises que demandam o levantamento de muitas informações numéricas que tomam grande tempo de pesquisa. Então vamos ao que interessa.

Velocidade média de pistão (VMP) é uma das palavras-chave quando se fala de preparação e projeto de motores. Considerando que todos conhecem a disposição básica de um motor de combustão interna - para quem não conhecer fico devendo um post explicando isso – imaginem um pistão. Quando ele está subindo e alcança o ponto mais alto (chamado Ponto Morto Superior PMS) sua velocidade é nula nesse instante, conforme ele começa a descer sua velocidade vai aumentando até atingir o valor máximo (geralmente no meio do curso do pistão) e continua até chegar ao ponto mais baixo (Ponto Morto Inferior PMI) quando zera novamente. Dessa variação de velocidade pode-se calcular uma média conhecida como Velocidade Média do Pistão. O interessante é que ela é um parâmetro sobre a resistência mecânica das peças, principalmente das bielas.

Para exemplificar usarei dois motores. O Fire 1.0 2009 (do Palio) que possui curso de 64.9 mm, diâmetro de 70 mm (ainda postarei sobre a relação diâmetro/curso em breve) e potência de 73 HP @ 6250 RPM – para essa rotação a VMP é 13,52 m/s. O da Volks 1.0 2009 (do Gol) com curso de 70.6 mm, diâmetro de 67.1 mm e potência de 72 HP @ 5250 RPM – VMP 12,36 m/s. Percebam a diferença, dois motores de fabricantes diferentes, de mesma cilindridada e potência possuem VMPs diferentes - 10% a mais no motor da FIAT. Apenas por esse parâmetro poderia se dizer que o motor da VOLKS permitiria melhor preparação por estar mais distante das VMPs limites, de modo que ao levá-lo a VMPs maiores se ganharia mais potência do que o outro motor que não poderá ter a mesma alteração por já estar em situação mais severa na condição que sai da fábrica. Claro que não é só essa característica que conta na hora de diferenciar motores para preparação. Mas, como já foi dito, a VMP é um índice para o limite de resistência de motores, e quanto mais for possível aumentá-la maior será a potência extraída. Um motor que de fábrica já sai com VMP de 15 m/s não poderá conquistar muito mais potência elevando-se ela, já que está muito mais próximo dos limites mecânicos do motor. E infringir esse limite significa literalmente a explosão do motor, com cenas em que o pistão atravessa o capô.

http://www.youtube.com/watch?v=AQfmJvpJE40 (exagerando)

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